MALVADO TEMPO

Você sabe o que é uma saudade

Que dói no peito e enche seus olhos d’agua

Uma água salgada vinda das profundezas

Do mar que há dentro de você

E que não serve para absolutamente nada?

Ensopa de sal sua pele curtida,

Não pelo sol,

Mas pelo tempo perdido

Que deixou sua vida sofrida

Porém nada resignada...

Pois é!

Uma saudade assim

É difícil conter,

Por mais força que você possa ter.

Ela vem de dentro para fora

E arrebenta com você...

Não quer saber a dor que causa.

Vem como uma onda descomunal e brava.

E quando constata a inutilidade, pára!

Como se verificasse a sua devassa.

Que coisa inútil e medonha!

A dor é tanta que paralisa você

E o malvado Tempo vai embora

Levando todo encanto e esperança

Daquilo que um dia poderia ser...