Ser poeta
Silvania Mendonça Almeida Margarida
17 de julho de 2005 às 21h em BH-MG
Ser poeta é sentir dores
dores de amores
de fervores no peito
que não é angelical
Ser poeta é mestre
e aprendiz
trazer de si
o dom de orar
por todos que caminham iguais
Ser poeta é ter tudo e não ter nada
É ter amores sem bosquejos
é ser dolores sem grandeza
é inspirar filhos de Deus
Ser poeta é vislumbrar
o céu, a terra, o mar e a natureza
tendo a certeza de que na vida tudo passa
é se sentir solitário nas palavras que vão
e nos diplomas que saem
Ser poeta é chamar,
Sheila, onde você está?
E você André Luís, por que se cala?
E Joana, se tiver que me levar
por passeios infinitos, leva-me
nos grilhões do ar,
não merecendo o altar
mas volitando o futuro eterno.
Ser poeta é gritar na imensidão do vazio,
e chorar por filhos não curados
é tremer nas bases da esperança
ou pelas perdas do bem querer.
Ser poeta é ser humano
é ter medo do barulho
da mamãe que parou de chorar
e do toque dos sinos
das madrugadas e das ilusões
é a música célere que toca
a busca continua da cura
do autismo abençoado
mitigado e doado
vívido e aprendido
com as airas dos menestréis
Ser poeta é cuidar do coração
E da nossa vida
do amor idolatrado de outras vivências carnais
do carma santo, do toques benditos
dos dramas que o Criador nunca inventou...
Ser poeta é ter Deus na imensidão
do coração, mesmo doído,
que precisa de passes urgentes,
pois quem é poeta
precisa continuar...
Joana, André Luís, Sheilla...
Ser poeta é ter tudo não ter nada
É esperar soluçando o passe bendito
que coração indelével precisa receber
urgente, sempre que puder
e que for permitido
Ser poeta é amar doutrinas
precisar de passes
Passes mediúnicos
Cuidados, infinitos
Valorosos e medicinais
Ser poeta é ser poeta
Que pede sempre em poesia
Mesmo que
Sua alma aflita inconstante
Mas que a todo instante
Mesmo com fluídica sensatez
Declama versos da essência sofrida
“Sou Seu poeta “Divino Amigo”...
vim em seu nome dizer reversos
sou simples poeta de Deus”.