A SAUDADE NÃO TEM PRESSA

Na soleira da minha porta

Por entre o grande vaso sem flores

E o jasminzeiro verdejante, cheio de odores

Vejo a saudade sentada, meio torta

Quer entrar, de vez enquanto bate

Procura se alojar, um lugar certo para ficar

Ignoro sua insistência e seu lamento

Sabe que sua vã insistência não me abate

Está sumindo, vai devagar definhando,

Sente que seu fim se avizinha.

Meus dias estão mais luminosos, ela advinha.

Meus sorrisos mais largos, fica observando.

O que em mim acaba, nela recomeça

Virando o olhar, sem erguer os braços

Ali, na rua, qualquer um aos muitos passos

Com cautela, posto que a saudade não tem pressa.