Lembranças

Como se me abrissem os braços,

prontos e dispostos para ofertar aconchego,

e me emaranhassem em infinitos laços

tão precisos que mal poderia detê-los,

vêm-me em encontro as lembranças antigas

que em minha saudade se deleitam

e quando torno-me as reais condições da vida

elas ficam pelos cantos, me espreitam.

É tal satisfação lembrar fatos d’outrora

que dedico tempo as lembranças em segredo,

alimentam-me de ânimo tempos da aurora

que da abstenção em memória, tenho medo.

É como se bebesse todos os dias

um gole d’um líquido milagroso

e embevecida de pura nostalgia

voltasse a momentos gloriosos!

Qualquer saudade não dói, nem maltrata,

leva-me a tecer uma reflexão confortável

onde a memória ,com amor, me arrebata

para a recepção, das lembranças, tão afável.

Camila Trideli
Enviado por Camila Trideli em 11/08/2008
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