VALSA DO AMOR DISTANTE
O que me move
não te comove
por mais que eu prove
que sou fiel.
O que te arrasta
já não te basta
porém te afasta
do menestrel.
E dia-a-dia
tua agonia
pausa a poesia
antes do fim.
Bem que eu queria
ser rodovia;
e eu te traria
logo pra mim.
Tudo o que há
de liberdade
grita saudade,
juro por Deus.
O que te afasta
fere e devasta
e eu peço: basta!
nos versos meus.
Chega de tanta
dor que me espanta
pois se agiganta
tal solidão...
Muda de cena!
Vê se tem pena!
Volta, morena,
demora não!
Deixa de zelo!
Ouve esse apelo:
Quebra esse gelo!
Vem me aquecer!
Acha o caminho,
sem teu carinho,
de tão sozinho
posso morrer...
Eu trocaria
qualquer poesia
pela magia
dessa emoção.
Você comigo...
nem sei se digo:
vem que te abrigo
no coração.
Volta, morena!
Vê se tem pena.
Muda de cena.
Volta pra mim.
Andei vazio,
fui ver o rio,
tudo tão frio...
tantão assim!
Perdi a graça,
sentei na praça,
o tempo passa
tão devagar
que até parece
que o dia cresce...
Ah! se eu tivesse
como voar...
Eu voaria
dia-após-dia
e pousaria
no Butantã.
Pensa a surpresa,
minha princesa,
nós dois à mesa
bem de manhã?!
Eu voaria
dia-após-dia;
descansaria
na tua mão.
Eu trocaria
qualquer poesia
pela magia
dessa emoção.
Buritizeiro, 8 de agosto de 2008 - 3h14