POEMINHA AO ESPELHO
Gosto quando a vida aparece
com a face suada na minha janela.
É como se estivesse nascendo outra vez
e bebendo a seiva nos seios de minha mãe.
Não sei se mudaria o que sou,
mas é certo que pularia etapas
como num jogo-de-amarelinha
E na tenra infância
deste livre-arbítrio
amaria as pessoas e as horas certas.
Como não é possível fazê-lo,
carrego a bagagem da existência.
Com dores e alegrias.
Quase destemida.
Quase abocanhada pelo bafo
ora quente, ora frio,
da esperança chamada vida.