Saudades da Pureza....
Saudades da Pureza....
Fui teu Anjo
Teu algoz
Só os deuses sabem do que houve entre nós
Fui teu salvador
Tua Guilhotina
Deixei-la perder os encantos de menina
Ensinei-lhe os segredos
Fiz-lhe meu brinquedo
Mostrei-lhe a beleza
De um bosque sombrio
Abri para ti cada porta
Fiz-lhe uma coroa de folhas mortas
Deixei que adentrasse meu peito vazio
A cada toque de sua alma suave
A cada caricia no final da tarde
Sentia mais longe meu mundo infeliz
Traí minha casa
Meu corpo em brasas
Minha alma implorava por uma nova cicatriz
No palco das Memórias
De dores e glórias
Vi vestida em Vermelho a Perfeita atriz
E ao longe os prantos
De tantos encantos
Da dama mais pura que já corrompi...
Mas minhas asas incrédulas
Pela carne, guiadas.
Levaram-me aos seios da Linda Atriz
E a dama tão pura
Que nos sonhos vivia
Virou uma sombra do mundo que fiz.
Em prazeres eu vivia
Com a atriz tão sombria
Dormindo nos seios
Que escondiam a dor
Mas aos poucos lembrava
Da Dama exilada
E os desejos que eu tinha
Tornaram-me o ator
Nem as rosas negras
Nem as grotescas belezas
Tiravam de mim a saudade da inocência
Vi o tédio na Doença
O amor na Decência
E a ignorância que dormia em minha estimada sapiência.
Rumei para o nada
Verdades caladas
Em uma caravela de sanidade
E arrependimento
E no mar da desgraça
Ouvi as risadas
Da tempestade de dor
E dos demônios no vento
Diziam-me é tarde
Por toda a cidade
Mas meus olhos tão negros
Não ouviam coisa alguma
E da insanidade
De uma vil crueldade
O maldito destino
Fez-me testemunha
Rumei para o nada
Para ao pé de uma estrada
Tocar os lábios quentes
Da dama tão linda
Afogado em remorso
Em cartas e fotos
Encontrei só os restos
De um corpo sem vida
Agora acordado
Meu sangue gelado
Mostra-me o preço de meu Glorioso vicio
Mandada ao inferno num dia de inverno
Vitima da desilusão, nos abraços de um suicídio.
Meus olhos tão negros
Se prendem às cartas que a linda dama
A mim escreveu:
Segredos de algo que a feria por dentro
O maior desalente
Seu amado morreu
E minha mente Confusa
Ainda não entendia
O porquê de tanta culpa
Ao lado do corpo
Uma carta revelava o grande mistério:
“Tão grande ó culpa, pois meu anjo reside em um abismo, no negro cemitério”.
Ainda aos prantos
Perdidos encantos
Volto-me aos segredos
Que a pobre deixou,
Pois eu nem notava
Que a lâmina afiada
Que um dia lhe dei
Foi o que me matou.
Segredos e fúria
Ódio e Lamuria
Num sonho ruim
Eu sinto ao meu lado
O som mutilado
Do meu triste fim
No teatro medo
Descubro afinal
A razão da loucura
Pois olho para o lado
Uma alma em pedaços
Sua sombria figura
Fadada ao inferno
A pobre Melissa que um dia criei
Ficou ao meu lado
Mas sinto saudade da menina que matei.....
By : Lex Vulture