FOLGUEDOS DE JUNHO

FOLGUEDOS DE JUNHO

Antônio, Pedro, João Batista, santos que na minha infância,

Alimentaram os meus sonhos de menino, de um mundo de festas,

Que se perpetuava sem parar e que não conhecia distância,

E povoado seria por outros tantos santos e pessoas honestas.

Jovem ainda eu não percebia a rudeza do mundo competitivo,

Onde os homens como feras, se ignorassem buscando no irmão,

Não mais a singeleza da festa, mas toda ordem de apelativo,

Para justificar a sanha do ter, extravasa maldade e desunião.

Outros festejos, outros junhos fariam imergir a realidade,

A simplicidade do bom dia, boa tarde, “sua bênção padrinho”,

Deram lugar ao egoísmo, à desconfiança tola e impiedade,

Desprezo pelo seu igual, tudo se foi, lento, devagarzinho.

Vejo com esperança, na candura do matuto nela caracterizado,

O mundo novo que imergirá dos escombros de tamanha disputa,

Onde os homens e mulheres percorram caminho mais humanizado,

Coroa e glória do bom senso e o sentido de acirrada labuta.

Antônio, Pedro, João Batista santos dos meus singelos sonhos,

Tragam nova festa, onde os corações busquem novos folguedos,

Encerrem essa geração de sofrimentos horríveis e tamanhos,

Haja motivos e razões para a criação de novos brinquedos.

Santo Antônio venha acender a chama de amor nos corações,

Pedro Apóstolo traga a força do congraçamento e coerência,

João Batista dê-nos o batismo de novas e acertadas decisões,

Santos de minha infância priva-nos da famigerada demência.

JOSE BENEDETTI NETTO

jose benedetti netto
Enviado por jose benedetti netto em 14/07/2008
Código do texto: T1080107