TRISTE SAUDADE

Sentado em sua varanda,

Aquele velho pensava.

Trazendo de volta à lembrança

O tempo em que trabalhava.

Corria atrás do sustento,

Sabia que não podia parar.

Mas o ingrato do tempo

Fechou os sinais do caminho

E aquele pobre velhinho

Não pode continuar.

Vendo seu filho tão forte,

Correndo à procura da sorte,

Como ele já fez um dia.

Entende que o tempo passou

E que seu filho ficou

Correndo como ele corria.

Lembra talvez do passado

E o semblante sorrindo,

Contrasta com os olhos fechados

E aquela lágrima caindo

Com um soluço engasgado,

Revela que não está dormindo

E demonstra nos olhos molhados

A saudade que está sentindo.

(Lenir MMoura)