MARINAIDE

Quando festiva rompe a madrugada

Que a mata desperta avermelhada

Pelos doirados lampejos do sol;

A minha alma desperta esperançosa

De encontrar-te, meu botão de rosa,

Convidando-me a passear no arrebol.

Porém, encarando a realidade,

Há em meu redor nada que agrade,

Pois tu não vens trazer-me alegria;

Assim vivo eu sem teu amor

Sem aquecer-me com teu calor

Como o sol e a terra, ao meio dia.

Triste crepúsculo, Ave Maria,

Morre o sol, final do dia

Noite sem lua, escureceu.

E esse grande amor que tanto adoro

Foi-se dos meus braços, e eu choro

Pois esse alguém que amo já morreu.

Recife, 12.01.65

Zé Lacerda
Enviado por Zé Lacerda em 09/07/2008
Código do texto: T1072148
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