MARINAIDE
Quando festiva rompe a madrugada
Que a mata desperta avermelhada
Pelos doirados lampejos do sol;
A minha alma desperta esperançosa
De encontrar-te, meu botão de rosa,
Convidando-me a passear no arrebol.
Porém, encarando a realidade,
Há em meu redor nada que agrade,
Pois tu não vens trazer-me alegria;
Assim vivo eu sem teu amor
Sem aquecer-me com teu calor
Como o sol e a terra, ao meio dia.
Triste crepúsculo, Ave Maria,
Morre o sol, final do dia
Noite sem lua, escureceu.
E esse grande amor que tanto adoro
Foi-se dos meus braços, e eu choro
Pois esse alguém que amo já morreu.
Recife, 12.01.65