Visita

Quando o Pensamento vem 
e me pega pela mão, 
me deixo levar, nem discuto 
e ele nem pede permissão: 
me toma assim, absoluto. 

No caminho alguém espera, 
bouquet de flores na mão, 
colhidas em outra primavera; 
é a Lembrança, no portão. 

Seguimos os três pela estrada 
que eu já sei onde vai dar, 
mas eles não me dizem nada, 
e nem me ouvem perguntar. 

Já não é surpresa prá mim, 
ao chegar, acaba a ansiedade: 
e é só uma visita, enfim, 
a um lugar chamado Saudade!