Orgulho e saudade

Olhando o horizonte, onde é fugaz

a tua presença d’além das retas e curvas,

sinto-me sempre perdendo a paz

e tento abster-me de ir a tua procura.

Fui distrair-me em diversos lugares

e ia relatando meus sentimentos ao vento

mas nenhum era um por onde andares

então tu sabes, só mencionei lamentos.

Até tentei desfazer-me das lembranças tuas

e fazê-las perderem-se no abstrato, confesso,

mas tornaram-se obras de concreto cruas

que em atormentar-me sempre fazem sucesso.

E o teu sorriso, pensei o ver jamais

então logo, derramei-me em prantos

quando dei por mim proferia meus ais

e poupava-me outra vez dos meus cantos.

Sabe, guardo comigo as vozes das lembranças antigas

que a saudade me ecoa no peito por covardia

e ora penso tuas lembranças serem minhas amigas

outrora vejo que de fato não me são boa companhia.

E eu nem sei o que fazer, pois tu partes

e leva tanto de mim contigo

mas esse orgulho, que uma vez citaste,

insiste em permanecer comigo.

*Texto fictício.

Camila Trideli
Enviado por Camila Trideli em 02/07/2008
Reeditado em 06/08/2008
Código do texto: T1062062