Orgulho e saudade
Olhando o horizonte, onde é fugaz
a tua presença d’além das retas e curvas,
sinto-me sempre perdendo a paz
e tento abster-me de ir a tua procura.
Fui distrair-me em diversos lugares
e ia relatando meus sentimentos ao vento
mas nenhum era um por onde andares
então tu sabes, só mencionei lamentos.
Até tentei desfazer-me das lembranças tuas
e fazê-las perderem-se no abstrato, confesso,
mas tornaram-se obras de concreto cruas
que em atormentar-me sempre fazem sucesso.
E o teu sorriso, pensei o ver jamais
então logo, derramei-me em prantos
quando dei por mim proferia meus ais
e poupava-me outra vez dos meus cantos.
Sabe, guardo comigo as vozes das lembranças antigas
que a saudade me ecoa no peito por covardia
e ora penso tuas lembranças serem minhas amigas
outrora vejo que de fato não me são boa companhia.
E eu nem sei o que fazer, pois tu partes
e leva tanto de mim contigo
mas esse orgulho, que uma vez citaste,
insiste em permanecer comigo.
*Texto fictício.