O VELHO E O MENINO
Com seu olhar curioso e os ouvidos sempre atentos;
Tudo que ali se dizia, seu ágil pensar logo absorvia;
Sábios conselhos formando conceitos e moldando os intentos;
Anos depois, mesmo após tantos experimentos, ele ainda guardaria!
Palavras ternas de um orgulho que mal podia se conter;
Um candeeiro na língua sentenciando os riscos de um provável futuro;
Profecias de que o sucesso com as mulheres ele iria obter;
Uma alma protetora, quando ao redor tudo parecia frio e escuro!
Um rosto firme e uma expressão de vivaz seriedade;
Uma intensa disposição para legar a melhor orientação;
Fonte diária, jorrando a lição de um viver pautado na verdade;
Exemplos vivos, que para sempre estariam gravados no coração!
Que a grandeza de um homem é ser pequeno em seu próprio olhar;
Que vencer é ser nobre e não somente alcançar a conquista;
Que a colheita sempre equivale a tudo que nos propomos semear;
Que nossas mãos não são donas de tudo que é desejável e se avista!
Que o ouro e a prata sempre valerão menos que o ser humano;
Que a juventude é como neblina, que ofusca a visão do depois;
Que a sorte no aquém dependerá de tudo que se fez nesse plano;
Que o rico é como o pobre e tanto o feio como o belo, morrem os dois!
O menino com o tempo cresceu e o velho lamentavelmente partiu;
No legado de um mesmo sangue, aquela história de dupla paternidade;
Velho avô que o céu levou, cuja lembrança jamais se esvaiu;
Sabedoria que o menino crescido nunca viu, mas que almeja pelo menos a metade!!