MIRAGEM
Diante de um plácido rio
Eu estava
Quando tu caminhavas
Em minha direção.
No reflexo das águas
Vi seu rosto resplandecendo
Como num espelho.
Tão nítida a imagem
Que parecia ser miragem.
Que lindo milagre!
Que longa viagem!
Assim, eu te busco.
Do teu infinito silêncio
Do teu esconderijo mais que oculto
Muito distante!
E somente através destas plácidas águas
Posso te possuir
Imaginando seu corpo nu
Se aproximando
Pisando este imenso tapete verde
Que a natureza tece
Não! Não toque nesta água
Não a turve.
Deixe-me ver
Tu, te aproximando.
Acariciando-me ao relento
Neste finalzinho de lua.
Deixe-me tocar seu corpo
Acariciar-te
Sentir tua mão atrevida
Buscando-me, acariciando-me.
Na margem desse rio.
Não! Não!
O vento sopra a água.
Tua imagem não é mais a mesma
Está indo, que saudade!
Quanta falta me fazes.
Nem podes imaginar
O gélido vazio que deixastes
Mas eu tenho este plácido rio
Eu tenho esta saudade
Que por alguns segundos
Faz-me sonhar,
Com a sua volta.
Lili Ribeiro