A beira dos cais
Edson Gonçalves Ferreira
Minas Gerais não tem mar
Mas, em meus olhos cheios de lágrimas e ais, navios partem
Para o além Tejo, em busca doutroras grandezas
A terra dos meus avós
A vinha amorosa tem raizes profundas
Na terra da minha alma
Sou o fado criado
Na travessia do Atlântico
Sou o meu avô menino
Revivendo a aventura
Sou a guitarra que chora
Quando a lua cruza o céu
E me faz lembrar que longe, onde não cantá o sabiá,
Cantam outras canções dolentes
Aos pés dos castelos medievais
Onde um dia, noutras vidas, vivi
E, assim, à beira do cais, canto e choro
Nem Amália cantou e cantará assim
Tão cheia de queixas e de pranto.
Divinópolis, 20.06.08