Poesia a um passarinho

Feito passarinho,

que abre as asas e alça vôo,

passeias por aí sozinho...

Seria a chuva teu choro?

Creio que não,

és todo alegria:

Cantas na solidão!

Entoas com companhia!

É como quem ver-se abundante

e deixa esvair um pouco de si:

Um pouco do amor,

da felicidade constante

e embora jamais dissipe sua dor

doa de si até seu sonho anelante...

Feito passarinho

viajas pianinho

mas não há como passar despercebido...

Chega quietinho,

segue teu caminho

mas não há como passar despercebido...

Ai de ter uma luz dentro de ti

que desperta uma luz que dorme em nós,

por isso todos se alegram quando vêem-te pousar aqui

com as luzes acesas damo-nos conta de que não estamos sós.

Feito passarinho,

humilde criatura,

cativa a tantos,

de uma forma tão pura...

Cativou até a mim...

Sabes que é feito honorável!

Queria ser assim

como tu, és em tudo invejável!

E feito passarinho

foi-te embora:

Simplório e sozinho.

E eu agora?!

Larga passarinho

Esta tua vida à fora!

Volta-te nesta hora.

Fica por piedade...

Lembra do que me ensinaste?

“A reflexão, não a leviandade...”

Fica e faz de vez o que me falaste:

“Um dia eu ouso e pouso de vez aqui.”

*Texto puramente fictício.

Camila Trideli
Enviado por Camila Trideli em 18/06/2008
Código do texto: T1040017