Nunca mais...

Início de maio, tarde quieta e fria.
Uma multidão caminha a passos lentos
enquanto sinos dobram tristemente:
'nunca mais, nunca mais a tua voz'
'nunca mais, nunca mais o teu olhar...'
E tudo é tristeza que se arrasta
que se aninha nos cantos da alma
e se projeta no caminhar dolente
de toda esse povo, essa gente.
E o dobre continua em tom plangente:
'nunca mais vou te ver naquele rio'
'nunca mais naquele banco do jardim...'
'nunca mais, nunca mais, nunca mais'
'terei teu olhar em mim...'

                           Saudade!

                      Vinhedo, 2 de junho de 2008.