Não Volto Mais a Ela Para Que Eu Não Volte a Mim
Um "eu te amo"
me surpreendeu
porque veio de uma velha boca
da qual eu vivia a elogiar o sorriso.
Mas o doudo e perecível zelo
de quem ama
não rompeu os muros de mistérios
do tempo-espaço.
Estamos mais velhos e
configurados.
Os lábios agora são desbotados,
os olhos, adultos,
as palavras mais
acadêmicas e menos Deus...
Essa que diz me amar
desconheço:
aceitá-la seria aceitar
um eu que já não existe
e que já venci.