ONDAS BRANCAS

Docemente a me procurar

Nos lugares onde me lançava

Por entre camadas de algodão

Quando balançadas ao vento.

Saudades daqueles tempos

Menino em que tudo podia

Sem pesar responsabilidades

Pelos mais variados gracejos.

Os pés descalços sujos

Correndo pelas ruelas

De chão batido vermelho

Levantando a fina poeira.

Avidamente enlouquecido

Nas pequenas e grandes goiabeiras

Essas vítimas alegres da infantilidade

Extremamente aflorada na pele.

Com uma fascinação única

Em terna e serena paixão

Daquelas ondas brancas

Rumando para o imenso horizonte.

Ao cair da densa noite

Naquele imponente casebre

Me sendo o melhor dos lares

Iria recompor minhas forças.

Minhas forças em Ondas Brancas.