A gaveta
Gaveta esquecida.
Aberta ao acaso,
Entre papéis e quinquilharias,
um retrato seu!
Reminiscências,
como um clarão,
cegam meus olhos:
momentos vividos,
dias mais alegres e envolventes,
sorriso majestoso.
Na brisa da memória,
o perfume de seus cabelos.
Logínquos ecoares
aguçam a audição
penetrando meu ser
qual punhal de gume fino
e frio.
Lá fora,
um silvo quebra o encantamento.
O presente faz-se evidente:
o tempo encarregou-se
de rasgar o retrato
e os versos
no papel de bordas quebradiças
já não têm o mesmo encanto.
Calada,
fecho a gaveta novamente
para guardar em minhas entranhas
a magia do passado.
16/01/02 3:43 AM