A gaveta

Gaveta esquecida.

Aberta ao acaso,

Entre papéis e quinquilharias,

um retrato seu!

Reminiscências,

como um clarão,

cegam meus olhos:

momentos vividos,

dias mais alegres e envolventes,

sorriso majestoso.

Na brisa da memória,

o perfume de seus cabelos.

Logínquos ecoares

aguçam a audição

penetrando meu ser

qual punhal de gume fino

e frio.

Lá fora,

um silvo quebra o encantamento.

O presente faz-se evidente:

o tempo encarregou-se

de rasgar o retrato

e os versos

no papel de bordas quebradiças

já não têm o mesmo encanto.

Calada,

fecho a gaveta novamente

para guardar em minhas entranhas

a magia do passado.

16/01/02 3:43 AM

Rosy Beltrão
Enviado por Rosy Beltrão em 29/12/2004
Código do texto: T1004