CAUSA E EFEITO

Refugio-me nas colheitas de paz que semeei

Espalhando-me a direito pela superfície do que sei

E resido no relevo da natureza doente

Tecida de saudade por um caminho ausente

Aprisionado no interior que escondo exaltado

Numa incerteza á deriva pelo real limitado

Declarando-me sem rodeios por linhas rectas

Sobrevivente teimoso ao tempo sem metas

O meu cenário é de escarpas sobre um leito

De uma silhueta humana com causa e efeito

Lançando no vazio um trovão contraforte

Na fenda das paredes que despem a morte

Ancorando a vida num pátio soalheiro

Inspirando o conforto de ego verdadeiro

Na garganta de um monstro calado

Na abundância de silêncio alado