Silêncio das Árvores
“Silêncio das árvores”
Você chega agitada
Meu colo lhe aguarda
Aconchega milimetricamente
E relaxa
Sou homem de paina
Macio e sólido
Tronco com espinhos
E flores rosas no topo
Só escuta meu peito de lenhador
Que colhe galhos de palavras
Por versos aí
Faz-se silêncio
Daqueles bem reveladores
Não vou dizer nada
Absolutamente calmo
Palpitam soluços
Vai desmanchando
Desnuda mulher
Toco-lhe em cascas
Que conheço
Não sei em que vida
Fomos tão unidos
Simbiose magistral
Gamados
Sou paineira
Você também
É gameleira
E eu, digo-lhe : vem!
JB Alencastro