Sossego nosso

Houve um tempo em que a ressaca do mar

se colidia sem parar, refletindo em nós.

Amores passados deixaram rastros,

e o caminho parecia difícil de trilhar.

Mas o tempo, paciente artesão,

esculpiu na turbulência a nossa união.

[E que fez e desfez uniões]

[Me senti um vilão]

Entre diálogos sinceros e várias noites em claro,

erguemos pontes onde havia desamparo.

[Despreparo]

[Estava tudo errado]

[A vida não tem preparo nem prazo]

No respeito, encontramos um alicerce;

na cumplicidade e simplicidade, o conforto cresce.

Amigos, parceiros, amantes de novo,

refizemos o lar, o nosso renovo.

Hoje, a paz habita em cada canto,

na minha alma, que agora se encontra calma.

O sossego é rotina, trouxe mais encanto.

Na sala, nosso sofá, cortina, abajur e nossa rack

testemunham nossos finais de semana

e a luz do sol da manhã e ao entardecer, que reflete da janela, agora sempre nos encanta.

Juntamos nossos animais fiéis e companheiros,

que completaram esse nosso cenário inteiro.

Luz amarelada do abajur, papel de parede de viga que nos seduz.

É no silêncio de tudo o que é nosso

que encontramos e refazemos o amor em seu esboço.

[novamente]

Deixamos para trás todas as lembranças do ontem,

diferenças que um dia nos feriram.

O passado, então, já não nos pesa tanto:

não o colocamos no presente,

nem nos angustiamos com o futuro.

O presente é casa que não se despreza.

Deixando do nosso jeito, no estilo brasileiro.

E entre nossas trocas de carinho e o calor do aconchego,

em nosso sofá, que compramos com tanto desejo,

unimos todos os nossos momentos.

Habitamos, enfim, o mais doce e tão desejado sossego.

Anna Gonçalves
Enviado por Anna Gonçalves em 15/12/2024
Reeditado em 16/12/2024
Código do texto: T8219369
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