Sossego nosso
Houve um tempo em que a ressaca do mar
se colidia sem parar, refletindo em nós.
Amores passados deixaram rastros,
e o caminho parecia difícil de trilhar.
Mas o tempo, paciente artesão,
esculpiu na turbulência a nossa união.
[E que fez e desfez uniões]
[Me senti um vilão]
Entre diálogos sinceros e várias noites em claro,
erguemos pontes onde havia desamparo.
[Despreparo]
[Estava tudo errado]
[A vida não tem preparo nem prazo]
No respeito, encontramos um alicerce;
na cumplicidade e simplicidade, o conforto cresce.
Amigos, parceiros, amantes de novo,
refizemos o lar, o nosso renovo.
Hoje, a paz habita em cada canto,
na minha alma, que agora se encontra calma.
O sossego é rotina, trouxe mais encanto.
Na sala, nosso sofá, cortina, abajur e nossa rack
testemunham nossos finais de semana
e a luz do sol da manhã e ao entardecer, que reflete da janela, agora sempre nos encanta.
Juntamos nossos animais fiéis e companheiros,
que completaram esse nosso cenário inteiro.
Luz amarelada do abajur, papel de parede de viga que nos seduz.
É no silêncio de tudo o que é nosso
que encontramos e refazemos o amor em seu esboço.
[novamente]
Deixamos para trás todas as lembranças do ontem,
diferenças que um dia nos feriram.
O passado, então, já não nos pesa tanto:
não o colocamos no presente,
nem nos angustiamos com o futuro.
O presente é casa que não se despreza.
Deixando do nosso jeito, no estilo brasileiro.
E entre nossas trocas de carinho e o calor do aconchego,
em nosso sofá, que compramos com tanto desejo,
unimos todos os nossos momentos.
Habitamos, enfim, o mais doce e tão desejado sossego.