MINHA JORNADA INTERIOR
Andei por sete mares,
escalando montanhas, vazios a curar,
chorei cântaros de pesares,
e ergui mundos para me encontrar.
No fim, a busca, em voz sutil,
me diz: nada há lá fora a encontrar.
É dentro, onde o som é gentil,
que a paz me espera, a me guiar.
Nascemos sós, morremos sós,
tal é a lei que guia o destino,
nossa certeza, o mesmo algoz,
que marca o fim e o peregrino.
Na solitude há paz e encanto,
o eco divino a ressoar,
somos inteiros, sem espanto,
somos o que o tempo quer lapidar.
Na jornada que nos conduz,
somos rios a desaguar,
no silêncio que reluz,
somos tudo a completar.
E assim, no caminho que tracei,
no encontro eterno e singular,
sou parte do todo que abracei,
sou o meu lar, meu próprio altar.