Nem tão perdidos assim.
Chega a ser interessante
Que coisas assim, tão distantes
Tenham presença constante
Aqui, no coração da gente
Coração
involuntariamente transbordante
Buscando fazer um ninho
Nos corações daqueles
Que estão a um passo da gente
Onde se constroem tais barreiras?
Amores são sementes ilusórias
Inglórias, enganosas
Carregadas de melindres
Díspares, no seu íntimo crescer ou não
Por que será
Que o tempo corre tão velozmente
O tempo, assim como a gente
Parece estar de sobra
Quando não o devia ser
E está sempre contado
Nos lugares onde se precisa dele
Assim como a gente
Que às vezes sente estar
Onde nem devia estar presente?
Por que será
Que há momentos
Em que a alma se sente perdida
Pra mais tarde, descobrir
Que, na verdade
Foram, a olhar de frente
Pra cara brava e doente da vida
Os únicos momentos
Em que a gente realmente
Sabia onde estava?
Edson Ricardo Paiva.