Remendando o passado

Sentado à sombra de uma árvore,

Atento ao voo dos pássaros,

Ao ritmo inquieto dos ventos,

Cheio de muito passado,

Começo a lembrar...

Dos erros da plena juventude,

Dos sonhos ingênuos da pouca idade,

Dos rostos tristes e felizes que conheci na jornada,

Fantasmas à minha volta,

Em minha mente, a me apontar.

As lágrimas se impõem

Sobre os flashes do passado.

A tristeza permeia minha introspecção.

Por ser jovem demais, mau sem motivo,

Não pude compor o coração de quem me notou.

Na embriaguez da juventude infinita,

Aonde o tempo é ignorado,

As pessoas são alegorias,

Os ensinamentos são desprezados,

O futuro vive distante do alcance do nosso olhar.

O orgulho e a presunção imperam

Os sentimentos são rejeitados

A superficialidade encontra a alegria

Enquanto a estupidez e a arrogância,

Cheias de si, beligeram.

A solidão chega durante o silêncio

A saudade não se firma num só rosto

E as lembranças, que mais assombram,

Sob a imponência da paisagem em volta,

Forçam o menino a se redimir com o homem.

No decorrer de suas considerações,

O ser lógico, em seu habitat biológico,

Reconcilia-se com a natureza

E perdoando a si mesmo,

Vai remendando o passado.

Na paz dos sons naturais a boca aguarda a mente falar,

No silêncio de seus pensamentos,

Percebe a brisa suave cantar

E reencontra, enfim, na solidão e nas lágrimas,

A paz que o coração rejeitou pelo caminho.

JDO Oliveira
Enviado por JDO Oliveira em 04/07/2024
Reeditado em 04/07/2024
Código do texto: T8099632
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