Paz

E a paz preciosa e rara

Se esconde atrás da porta

Na esperança que não para

Na fuga de quem a cena corta

No olhar amedrontado

Daquele ser de olhos azuis

O anjo lindo que avó embala

A paz é um branco rasurado

Amarguras ecoam na sala

No clamor ao bom Jesus

A paz dormiu mais cedo

Não tinha mais febre

Sonhou com as lebres

Correndo na Lua, segredos

Que não souberam guardar

Era um passarinho preso

E que deixaram escapar

Era uma dor, um peso...

(A paz é leve, é livre

E breve, por enquanto...)