Sem mágoas

Não carrego mágoas

talvez um pouco de tristeza

que às vezes me consome

quando na partilha sobre a mesa

esquecem o meu nome

mas não, não carrego mágoas

em mim, são como as águas

que escorrem

deságuam pedra abaixo

às vezes corroem

formando novos desenhos

como montes ou rebaixo

depois, continuam palavras, engenhos

criações que minha alma canta

seguem como devem

vão por aí a quem sentir

calam fundo, às vezes ferem

às vezes dançam e me fazem sorrir

são como flores que o vento espalha

em perfumes que vou sentindo

palavras que a emoção entalha

e que passo a vida distribuindo

muitas estão tatuadas na minha alma

e eu as tenho com amor e afeição

não espero reciprocidade e as espalho solitárias

são palavras que se expressam arbitrárias

e contam do meu amor e do meu tesão

às vezes elas têm gostos diversos

são de hortelã, são palavras de anis

eu as transformo em versos

não me atenho aos reversos

e contra tudo o que esperam, sou feliz.

http://versosprofanos.blogspot.com/