Água

Letras úmidas escorrem no papel:
um hidropoema se concretiza gelo,
metamorfoseado em iceberg lúdico;
A Natureza bebe poesia mansa
Nas marés que banham as planícies;
Árvores-naus singram as florestas
encharcadas pelas monções edificantes
e aportam seguras em terras oníricas;
Angélicos pescadores de ilusão
absorvem luz,
adornam-se de luar,
aceitam a sina:
Os peixes são poetas do Planeta Água.