A Cidade do Céu.

Eu não sei por que existe a tristeza

Nem o motivo de haver pessoas tristes

Talvez seja pra que se completem

Outro dia eu li que existe uma cidade do céu

Mas que ela foi construída na terra

Me recordo de dias passados, bem distantes

Onde, sei que foi vivendo, eu aprendia a ser só

Sabendo que os diamantes não brilham na escuridão

Conclui que as estrelas lá do céu não podem se-los

Mesmo sendo estrelas, porque posso vê-las todas juntas

Muitas vezes mais sós, diferente

Do que podem pensar as estrelas de nós

Se pudessem me alcançar na escuridão

Ah, se meus pés descobrirem

O caminho da bela cidade

Meus passos seriam gigantes

Onde, eu sei que foi vivendo, aprendi a não ser como antes

Quem sabe encontraria diamantes maiores que estrelas

Como quem aprende a agradecer ao dia

Estar feliz pela chuva e ser grato ao amor

Como quem compreende

Que o som do silêncio é um pulsar

Uma onda harmoniosa e tão precisa

Que o soprar de uma brisa a completa

Sem jamais vertê-la

E que a gente pode vê-la, quando a chuva aquieta

E a velocidade da luz não se apressa

Me atravessa a alma e me completa

Eu não sou mais um só

Desprezando o preço e valor que se crê

No lugar onde nada vejo

Nem jamais abandonar irmão ferido

Que meu olho aprendeu a enxergar

No ruido do voo, avião de papel que atravessa

O campo florido, um lugar onde a certeza existe

E meu olho carregou

O olhar que era triste e o deixou

Na cidade do céu.

Edson Ricardo Paiva.