UMA ALEGORIA
Escassas folhas secas repousam no solo frio...
de vermelho púrpura tingiu o poente o horizonte,
serena comunhão com o divino, frio arrepio,
a lua cheia virá, antes que outro astro desponte.
Momentos em que fantasias caem do céu noturno,
embrigando-me com fábulas sobre seres celestes,
a noite eleva-se com brilho, em seu fugaz turno
entre as cortinas, ventos que sopram do leste.
O orvalho cobre as flores na madrugada...
fica às cobertas o calor de um amor crescente
ao meu favorito poema digo o quanto sou amada,
meus versos revelam um sentimento ardente.
O vinho quente da noite deixou-me sonolenta...
dancei serena, ouvindo a voz do outono,
devaneios entorpecem, de poesia estou sedenta,
aurora leva o canto, que embalava meu sono.