Prédios, Vista para o mar
De volta a cidade
onde só eu não existo.
"Os melhores trabalhos
estão sempre anunciados no jornal"
Mas os sanatórios estão entupidos
De pessoas até às janelas.
Juro que te vi rodar tonta
em um carrossel vermelho.
Quando pararam os cavalos
e desceram os cavalheiros.
Eu tive um devaneio
que era próprio de você.
Alguém tocou seu ombro,
e num instante que durou muitas noites
eu te vi ir embora,
novamente.
Eu era tão estranho,
prédios, vista para o mar.
No térreo, tudo no mesmo lugar.
Menos eu, e um notório desconcerto.
Eu queria te ver de longe,
mas não queria estar por perto.
Junto com tudo o que se foi,
mãos dadas
com o que não vai mais voltar.
Na cidade onde só eu
me entendo.
A dois passos de uma rua pavimentada
por lembranças fascinantes.
Nos dias do teu amor,
as crianças dormindo
os cães latindo.
Eu te via dançar,
e queria te ver rodar de novo.
Dando voltas ao meu redor,
dando nós em meu coração.
Agora está ficando tarde,
e já é tarde demais.
Volto para o prédio,
vejo o mar e um parque.
Pessoas são formiguinhas,
e não encontro você.
Fique bem e se cuide,
meu amor.