O abraço do vento

 

No abraço do vento

Toque leve e suavemente como o tempo

Beijando as faces queridas e graciosamente

Sopre bem devagarinho e deliciosamente.

 

 

No abraço do vento

Não sopre muito forte para não revirar o lixo

Sem levantar a poeira das estradas percorridas

Chacoalhe as hastes floridas das margaridas.

 

No abraço do vento

Olhe para o céu azul, sem as nuvens nebulosas

Num abraço gentil, sinta os dias quentes e frios

Como as águas límpidas que correm livres pelos rios.

 

No abraço do vento

Inflame o seu esplendor terno e não aquele bravio

Siga o revoar das ternas borboletas e dos beija-flores

Que se assentam e compartilham com seus ardores.

 

No abraço do vento

Sinta o doce néctar na beleza das silenciosas flores

Que dançam inquietas e gentis instigando os olhares...

Dos transeuntes febris e alheios em seus caminhares

 

 

 

 

Texto: Miriam Carmignan

Imagem google