Canto Solitário
Canto Solitário
Delasnieve Daspet
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Sou do tempo que não era.
Que não foi e não será.
Um grão de areia no vento a rodar.
Uma gota que não vai ao mar;
Que morrerá nos lábios ressequidos,
Num rictus de dor que não veem.
Sigo sem rumo, filha do mato.
De florestas distantes, solitária, sem luar.
E, neste caminho, sigo.
Caminho que tracei para mim.
Manhãs escuras. Todos os dias, vazios,
Só a noite e o dia. Mais nada há...
As flores que balançam não perfumam por mim.
Mas, não desisto, sou desta Terra, filha guerreira,
Em busca da Paz.
13.04.21