A flauta mágica (reedição)
Ao longe, bem pra lá do infinito,
a flauta dá um fino assobio,
como fosse um sussurro no vazio,
que tenta, a qualquer custo, ser um grito.
Um riso de prazer, um olhar contrito...
uma carícia em busca de um seio,
à espera do amor que nunca veio
e que jamais virá, como acredito.
Ao longe, bem pra lá do infinito,
já se pode então ouvir o grito,
que não morreu sussurro, por um fio.
E quando a flauta grita sem receio...
a carícia, enfim, afaga o seio
e deixa a poesia entrar no cio.