DÁ A ALMA O QUE É DA ALMA
Na porta da minha casa
diária e pontualmente
sempre às vinte e duas
o motociclista passa e
−Propósito?−
abre a boca da moto.
Segundos que me tiravam
versos ditos por Bethânia
notícia da TV
e me forçava reler
−Uma coisa boa−
palavras do livro que lia
−Os demais eu perdia−
Ao grito da moto
que se ria de mim
do meu dormir arrancava
atazanava e gozava
dei o troco prestando atenção
quis saber sua razão
e, pontualmente,
às 22 de todos os dias
eu paro
me preparo
a ouvir o concerto de segundos
Um som menor
entra em minha cabeça
em crescente vai às alturas
e em queda livre sai
no outro ouvido
some.
Após o concerto
a vida me é devolvida
sem zangas, sem risos
O que é do motociclista
−Seus segundos de fama−
dou a ele
O que é da minha alma
−Silêncio e paz−
A ela preservo.
Na porta da minha casa
diária e pontualmente
sempre às vinte e duas
o motociclista passa e
−Propósito?−
abre a boca da moto.
Segundos que me tiravam
versos ditos por Bethânia
notícia da TV
e me forçava reler
−Uma coisa boa−
palavras do livro que lia
−Os demais eu perdia−
Ao grito da moto
que se ria de mim
do meu dormir arrancava
atazanava e gozava
dei o troco prestando atenção
quis saber sua razão
e, pontualmente,
às 22 de todos os dias
eu paro
me preparo
a ouvir o concerto de segundos
Um som menor
entra em minha cabeça
em crescente vai às alturas
e em queda livre sai
no outro ouvido
some.
Após o concerto
a vida me é devolvida
sem zangas, sem risos
O que é do motociclista
−Seus segundos de fama−
dou a ele
O que é da minha alma
−Silêncio e paz−
A ela preservo.