À PROCURA DA PAZ
Acorda-me, Senhor Deus, ainda hoje.
Já não sei se quero ou não acordar,
Não sabendo, sequer, a diferença
Do viver, do morrer ou do nascer.
Tudo se encontra no mesmo nível.
Eu, boiando em águas profundas
Com carnes ardidas, em putrefações,
Ausente de qualquer acomodação
Na expressão máxima do nada.
É nesse emaranhado de coisas, sem sentido,
Que me debato à procura de Ti, Senhor.
Acorda-me, portanto, ou mata-me de vez.
Contanto que eu encontre a verdadeira paz.
Teresina, 12 de agosto de 2010.
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Francisca Miriam Aires Fernandes, em "Safra Poética", 1ª edição, CBJE, Rio de Janeiro, 2020 (Página 85).
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