Dia de paz.
Faz de conta que hoje não tem pandemia,
Me dá tua mão e vamos ali na esquina,
No bar do João tomar um café.
E reclamar de novo as moscas nas mesas,
Vamos olhar compadecidos o seu Zé
Vencido pela bebida,
Porque abandonado foi pela mulher
Aquela traíra
E depois vamos caminhar pelo bairro
E vamos reclamar as calçadas irregulares,
A falta de capina no meio fio,
O vizinho fofoqueiro,
A menina de shortinho vermelho...
Vamos no gasômetro meu amor,
Olhar o pôr-do-sol no guaíba,
Sem multidões irresponsáveis,
Seremos nós e a paz...
Momentânea paz.
Jeanne Geyer