Entrelinhas

Eu não vivo mais no tempo

Eu vivo nas entrelinhas

Pois o tempo enlouqueceu

E eu preciso achar minha sanidade

Fora do senso comum

Enquanto o pânico e o caos reinam

Eu vivo em um mundo de águas calmas e flores cor-de-rosa

De pedras lisas aquecidas pelo sol

E de sorrisos esplêndidos

Enquanto o mundo teme o que está vindo e o que nunca virá

Eu já enfrentei os grandes medos

E, perdida nas entrelinhas, sinto paz

Uma fada poderia surgir do meio da cascata

E em nada destoaria da mágica que já flutua no ar

O verde é mais verde do que todos os tons que já contemplei

E duas nuvenzinhas brancas pairam no céu

Fingindo que têm força para fazer algo em relação ao calor

O tempo passa lá fora, mas aqui ele não importa

Pois não há tempo nas entrelinhas

Não há nada além do barulho de água correndo

E da esperança de que o futuro será tão bom quanto é o presente e foi o passado

Porque, nas entrelinhas, todos eles são o mesmo