A BATALHA DA PAZ
Nós não gritamos paz como quem chora
ou como cristãos lançados às feras.
O nosso canto é um brado de vigília
a estremecer a noite armadilhada.
Semeamos poemas e canções,
abraços e bandeiras,
ateando o amor por toda a terra,
deixando o sonho fecundar a esperança.
Somos um coro imenso de vontades,
desejos de cristal e timbres de aço.
Damos as nossas mãos a outras mãos,
tantas que cheguem para enlaçar o mundo.
Defendemos a Paz por tudo o que respira,
pelo caudal de sangue em que viaja a vida,
pelos rios que se projectam das montanhas
em ânsia de ser mar,
pelas sementes que irrompem da noite
a caminho da luz,
pelas flores que teimam em ser frutos,
pelas searas que aspiram a ser pão,
pelos barcos que partiram
e querem voltar,
pelas mãos que trabalham e acariciam,
pelos olhos que vêem e choram,
pelas bocas que gritam e beijam,
pelas crianças que aguardam a sua vez
de assumir o mundo.
Lutamos pela Paz com os dentes cerrados
e empenhamos a vida pela vida.
Aguentamos firme contra o pesadelo
– até que a nuvem negra se disperse
e caia em branda chuva sobre as nossas mãos.
Nós não gritamos paz como quem chora
ou como cristãos lançados às feras.
O nosso canto é um brado de vigília
a estremecer a noite armadilhada.
Semeamos poemas e canções,
abraços e bandeiras,
ateando o amor por toda a terra,
deixando o sonho fecundar a esperança.
Somos um coro imenso de vontades,
desejos de cristal e timbres de aço.
Damos as nossas mãos a outras mãos,
tantas que cheguem para enlaçar o mundo.
Defendemos a Paz por tudo o que respira,
pelo caudal de sangue em que viaja a vida,
pelos rios que se projectam das montanhas
em ânsia de ser mar,
pelas sementes que irrompem da noite
a caminho da luz,
pelas flores que teimam em ser frutos,
pelas searas que aspiram a ser pão,
pelos barcos que partiram
e querem voltar,
pelas mãos que trabalham e acariciam,
pelos olhos que vêem e choram,
pelas bocas que gritam e beijam,
pelas crianças que aguardam a sua vez
de assumir o mundo.
Lutamos pela Paz com os dentes cerrados
e empenhamos a vida pela vida.
Aguentamos firme contra o pesadelo
– até que a nuvem negra se disperse
e caia em branda chuva sobre as nossas mãos.