PAZ


Caminho em silêncio pelos corredores,
Olho indiferente para o que antes
Era oferecido - buquês de dores.

Já nem ergo mais minhas sobrancelhas,
Observo, apenas, qual navegante
Que não mais naufraga em praias vermelhas.

Meu mar é azul, meu céu é suave,
Meu não e meu sim são mais oscilantes,
Há mais sóis que dós nessa minha clave.

Carrego comigo aquilo que eu amo,
E o que me faz mal, mantenho distante,
Tentando passar sem causar-me dano.







 
Ana Bailune
Enviado por Ana Bailune em 03/09/2020
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