ANIMA, ANIMUS

A inquietude da alma

Se acalma na calma,

No ópio da dor,

No cheiro da flor,

Na luz da manhã,

No gosto da romã.

A calma da vida

É luta doída

Vem no riso frouxo

Ou, talvez, no muxoxo,

Vem na distração,

No tum-tum do coração!

Anima, animal

Como um canibal

Roendo o próprio osso

Derruba o Colosso

Destrói-se, lentamente.

Estará demente?

Estado de anima,

Cortante qual lâmina,

Sangra, aniquila

Libera o gorila

Que foge acuado,

Para não ser enjaulado.

A vida, dor inconsistente,

Porém insistente.

Rói as entranhas...

Sensações estranhas,

Estado de animus.

Ave, Dominus!

Cleusa Piovesan

Direitos autorais Lei n.º 9.610/98.

Cleusa Piovesan
Enviado por Cleusa Piovesan em 02/08/2020
Código do texto: T7023830
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2020. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.