BOA NOITE, NOITE...


Daqui da minha janela eu vejo as estrelas,
E sinto a brisa tão sutil que nem desfaz o meu cabelo,
E até sonho... Sonhos sem direção exata;
Apenas sonho e busco, à medida do possível, deixá-los flutuar,
Sem rumo, apenas como se quisesse recontar estrelas,
Esperando que alguma delas, perceba a minha presença
E derrame em minhas mãos, o orvalho que rega a noite.

Não há ninguém na calçada, ninguém sequer sabe que eu existo.
Debruço-me na janela do tempo, olhando em volta a imensidão salpicada,
Cintilante, enquanto o sono não chega e só as horas passam por mim,
Como se dizendo: - Dorme, a noite é menina e daqui a pouco amanhecerá...
O sol não tardará a despontar no horizonte, porque a madrugada
Deseja adormecer, está cansada da rotina...

Daqui da minha janela eu vejo o céu mudar de cor, mesclado de nuvens
Passageiras como se apressadas para descobrir o sol...
Por isso eu vou pegar carona com alguma delas, levar meus sonhos
Para adormecerem com a madrugada, enquanto espero
O despertar de mais um dia. Boa noite, noite.