DEGREDADA



Vendo a vida da janela
neste silêncio profundo
não encontrei nada nela,
assim, como no meu medo.

Era como se o que eu visse
fosse tudo em preto e branco
até mesmo o que eu ouvisse
não passava de um sonho.

Sempre que ia à janela
sentia-me mais solitária
como se diante dela
eu não enxergasse nada...

Numa manhã decidi
com um olhar diferente,
não só olhar, mas curtir
e dali sair contente...

Fui para o computador
descrever minha janela
e foi algo inspirador
o que vi diante dela!

Contemplei o que escrevi,
senti o que imaginava,
foi aí que percebi
quão depressiva eu estava.

Tinha medo de ter medo,
o mundo era um monte de nada
no meio de um degredo
onde eu era a degredada.
,
Decidi que a vida é linda,
que eu faço parte do mundo,
que ele é da cor que se pinta
e o pintei num segundo.

Voltei então à janela,
desta vez pra contemplar
e ver quanto a vida é bela
mesmo do lado de cá.