Ventarola

Vento que balança os galhos

Fecha janela, abre porta, bate portão

Vai soprando folhas solitárias

Espalhadas pelo chão

Leve pra muito longe

Toda essa minha solidão

Não me deixe tristezas alheias

Não que eu seja egoísta

Vento que arrupeia

Vai levando paixões sofridas

Tu que por vales sombrios passeia

Tu que fazes das árvores despidas

No assovio da sua intensidade

Ouço músicas para meus ouvidos

Em cada tom uma saudade

Em cada sopro, avisos temidos.

É seu frescor que me evade

São seus belos contínuos ruídos

Tu és um estradeiro

Um mascate de sensações

Carregas verdades e devaneios

Soa tristes composições

Nas tempestades de desesperos

Tens a braveza de furacões.