QUANDO A CHUVA CESSAR ...
Entendo de vagares e de pressas,
De luzes que se deitam pelas frestas,
De aromas de sândalo e lavanda,
De crianças que correm pela planície,
De adolescentes que sonham nas varandas,
De certezas, medos, sonhos e sandices.
Entendo de sabores de cereja e de manga
Como sei de olhares tristes ou de zangas.
Entendo, entendo, o cérebro,vértebras, pele,
Na eletricidade de sorver conhecimentos,
Na ansiedade de coração que não se enregela
Ante simples antes ou mudanças de ventos.
Sombras poderiam assustar-me, mas são de folhas,
Criam mosaico na parede, ao fim da tarde.
Pirilampos dão ares da graça na escuridão.
Entendo de mim, de meus feitos, dores, escolhas.
Agora, sozinho, o peito dói mas suspira e arde.
Nada mais existe que desconheça o coração ...