QUANDO A CHUVA CESSAR ...

Entendo de vagares e de pressas,

De luzes que se deitam pelas frestas,

De aromas de sândalo e lavanda,

De crianças que correm pela planície,

De adolescentes que sonham nas varandas,

De certezas, medos, sonhos e sandices.

Entendo de sabores de cereja e de manga

Como sei de olhares tristes ou de zangas.

Entendo, entendo, o cérebro,vértebras, pele,

Na eletricidade de sorver conhecimentos,

Na ansiedade de coração que não se enregela

Ante simples antes ou mudanças de ventos.

Sombras poderiam assustar-me, mas são de folhas,

Criam mosaico na parede, ao fim da tarde.

Pirilampos dão ares da graça na escuridão.

Entendo de mim, de meus feitos, dores, escolhas.

Agora, sozinho, o peito dói mas suspira e arde.

Nada mais existe que desconheça o coração ...

Camilo Jose de Lima Cabral
Enviado por Camilo Jose de Lima Cabral em 24/11/2019
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