SABÁTICO MOMENTO
(Sócrataes Di Lima)
Sentado á beira das minhas ilusões,
travo diálogo intermitente com a minha solidão,
Sopeso os prazeres das minhas razões,
e traço elo entre minha alma e coração.
Olho de rabo de olho para meu âmago,
desconfiado daquilo que vivo,
um tom rústico de gosto amargo,
molha os lábios em fél num sabor lascivo.
Então reflito nas minhas aspirações,
traço em régua retilínea em folha lisa,
um projeto sabático de inspírações,
na criação de um novo tempo que se improvisa.
Silencio então a vontade louca de amar,
suspendo temporariamente o desejo de sonhar,
para neste tempo em novo tempo renovar,
reinventar o amor e novamente me apaixonar.
Assim, neste novo tempo sabático,
Criar dentro de mim sem a contumaz loucura,
Um amor de paz, de ternura, sóbrio e enigmático,
capaz de solidificar o prazer de amar com doçura.
Então deixo para trás em fogo ardente,
todo o passado vivido com intensidade,
recriando um novo tempo intermitente,
Onde a paz venha a ser minha nova identidade.
Ainda, o sexo seja apenas um complemento,
o ponto final de uma troca intensa de carinho,
Onde o gozo tenha um sabor de alimento,
que faz crescer ainda mais o amor no ninho.
Traço então o meu novo projeto de vida,
Qual na terceira idade seja, o ponto "G" do melhor amor,
onde mais vale a força plena da proteção ativa,
De um amor perene sem qualquer sombra da dor.
E é assim, este meu novo projeto,
E neste lapso temporal um novo tema estático,
faça-me fixar o amor em um tom bem concreto,
Fazendo valer este meu novo momento sabático.