Suave
Suave...
E, depois de tanto tempo em vão
Tempo que vaguei, ave só
Por tantos caminhos certos
E outros, tateando a escuridão
Eu tocaria teu rosto, com terna mansidão
E, seguraria nas minhas, as tuas mãos.
Te olharia dentro dos olhos
Teus profundos e míopes olhos
De arguta sabedoria.
Repararia todo o cerne, e te abraçaria
Qual abraço a um irmão.
Eu te diria, dos silêncios e da ventania
De brisas e jardins
De pássaros e pedras
E, sim, eu choraria
E, a réstia do meu melhor
Com você, eu deixaria!
Posto que não há outra presença
Tão terna, e dor de ciso, como tu!
Talvez, meu tempo de ir
Esteja chegando
E bem talvez, esteja eu mui cansada
De brigar com plaquetas
Essas vulgares
Mas eu tocaria teus cabelos
E juntaria tuas mãos às minhas
Diria que minha poesia está em baixa
E que sim, li Guerra e Paz,
Os Miseráveis, e desde então
Meus óculos estão quebrados
E, de encabulada, meu olhar
É mais para o chão.
Um abraço, onde você estiver
Um abraço ...
Dorothy Carvalho