A que se esconde atrás da luz.
Toda luz se esconde
Atrás da luminosidade
E não se sabe ao certo
Se é perto de meio-dia
Metade de meia-noite
O calor na metade
O morno é meia verdade
A chuva de vida a cair
No meio-fio da calçada
O calor gelado de deserto
Enxerga ao longe na escuridão
Se olhar de perto, é nada
O ser sozinho em cada um
Esta é a única verdade
Escondida noutra frase
Qual como se fosse a sua causa
Foi quase sem perceber
E que por não saber
Era verdade
A linha de aço era tão linda
mas chega uma hora
Em que tanto faz
Aparadas as arestas
Pouca coisa resta
E o pouco que restou
Não presta
Pois faço melhor ainda
Quando existe um pequeno espaço
Pra guardar a minha paz miúda
Indifere, se alegre ou triste
É paz, nada muda
Diante disso
Me fere só quando existe
E se estou na mesma dimensão
Que a gente está, quando olha.
O Céu à minha frente
É bem distante das estrelas
A folha não escolhe cair
Mas, se escolheu ser folha, ela cai
Independe do lugar
Onde está, quando olha
Nada muda num mero instante
O espinho da flor dói momento
A beleza da flor, pela eternidade
As estrelas sempre estarão no céu
E o vento sempre há de varrer as folhas
Porém, não basta chover
Não é sempre que a chuva molha
Os caminhos da vida são vastos
Não é toda escuridão
Que se encontra escondida
Do outro lado da luz
Tudo varia conforme
O lugar que se está, quando a olha.
Edson Ricardo Paiva