Dia Mundial da Paz
Segredo para achar a paz
Ao buscar a paz, não vá muito longe, você pode se perder no caminho, e os perigos da estrada podem desviá-lo, fazendo com que a sua busca se torne inacessível, e você jamais a encontre.
Ao buscar a paz, não saia correndo sem olhar para trás. Por vezes, a paz está guardada em algum lugar do passado, e não é no futuro que se reserva à sua espera.
Não vá correndo em busca da paz, e pisando em tudo que vê pela frente. É bem rente ao chão que talvez ela more, E, se você sair atropelando tudo, poderá passar despercebido, e ainda matar o que está pelo caminho.
Ao ir ao encontro à paz voe, voe bem alto, mas siga o exemplo dos pássaros e das borboletas: eles voam, mas pousam, fazem casulos e ninhos bem perto das plantas, vivem de flores e folhas, aninham-se, descansam.
A busca pela paz não pode ser uma busca desenfreada. Deve-se descansar, e deixar as asas pousadas no jardim, com calma. A paciência lhe levará à paz.
Dê tudo de si em busca da paz, atente-se ao bom trabalho, no servir aos outros, no repartir seu pão, sendo cada vez melhor, na busca da realização pessoal.
E, por fim, quando você der tudo de si em busca da paz, não se esqueça que é na simplicidade do viver que a paz se encontra. A paz não está além das estrelas, muito menos num jardim multicor, tampouco no vento, no dinheiro, na realização pessoal, num amigo, ou na família somente. A paz é a soma de tudo e do nada, , é uma asa pousada, é uma flor a desabrochar. A paz é comer o pão do suor do teu rosto com teus filhos, com consciência tranquila, com sede de justiça, sendo sempre correto e solidário. A paz é repartir tua mesa com alguém desconhecido. Mas não é só pão, é sentimento e sonho, é semente e asa, é abrigo, é aninhar-se num amigo.
A paz está ali, e principalmente aqui, tão perto.
A paz está dentro de você e o espera de braços abertos.
Paula Belmino
Este texto se encontra na Antologia: O livro das Emoções , Editora Delicatta, São Paulo, 2018